Estória de um acontecimento, narrada pela protagonista
O meu trabalho é simples: mato pessoas. Em troca de uma certa quantia, cometo homicídios. Dão-me dinheiro, eu mato a pessoa que quiserem. Simples, não? Eu pensava que sim, até que um dia o meu alvo era alguém que me custou matar.
Utilizei as minhas técnicas habituais para chegar perto de um alvo, fiz tudo de acordo com o plano. Neste caso, decidi que a melhor maneira de estar mais perto dele, seria engatá-lo. E foi o que fiz. Só que aqui surgiu o primeiro contratempo: ele gostou de mim a sério. Ele próprio me disse, e eu sentia-o na maneira como falava comigo. Vi-me forçada a passar mais algum tempo com ele, dando a mim própria a desculpa (e a quem me tinha dado este trabalho) que ainda não surgira uma boa oportunidade para matá-lo.
O tempo foi passando, e eu apercebi-me que também começava a gostar dele, infringido as duas regras do assassinato por sedução: a primeira, não nos apaixonarmos pelo alvo, a segunda, não deixar que o alvo se apaixone por nós. Mesmo sabendo isto, continuei a estar com ele e a ser feliz ao lado dele. Estava decidida a abandonar esta vida. Só que os meus segredos atormentavam-me e não podia dizer-lhe que era uma assassina a soldo contratada para matá-lo. A ele, que me fazia feliz. Ele percebia que eu ficava angustiada muitas vezes, mas nunca soube a razão de tal. Quando via que eu estava assim, confortava-me. Eu ficava pior, pois sabia que não podia fazer aquilo. Decidi tentar nunca pensar mais no caso, e por uns tempos, consegui.
Até que um dia, eles voltaram. Disseram-me que se eu não o matasse em vinte e quatro horas, matavam-me e a ele. Já sabiam do nosso relacionamento e por isso mesmo me pressionaram ainda mais. E eu cedi. Telefonei-lhe, disse-lhe que precisava de estar com ele. Convidou-me para a sua casa. Quando lá cheguei, cumprimentou-me com um beijo terno e carinhoso. Era bastante mais difícil do que eu pensava, mas tinha que o fazer. Disse-lhe que amava-o como nunca tinha amado ninguém na minha vida, e pedi-lhe perdão. Depois alvejei-o no coração e na cabeça. À queima-roupa, sem piedade.
Agora, ele jaz aos meus pés, esvaindo-se em sangue. Tinha morto o homem que amava e que me tinha amado como nunca ninguém o tinha feito. E, estranhamente, não consegui sentir arrependimento. Agora que ele está morto, sinto que posso seguir a minha vida em frente, pois ele está fora da equação e as pessoas que já não fazem parte da minha vida, por elas só consigo sentir desprezo.
RCA
Utilizei as minhas técnicas habituais para chegar perto de um alvo, fiz tudo de acordo com o plano. Neste caso, decidi que a melhor maneira de estar mais perto dele, seria engatá-lo. E foi o que fiz. Só que aqui surgiu o primeiro contratempo: ele gostou de mim a sério. Ele próprio me disse, e eu sentia-o na maneira como falava comigo. Vi-me forçada a passar mais algum tempo com ele, dando a mim própria a desculpa (e a quem me tinha dado este trabalho) que ainda não surgira uma boa oportunidade para matá-lo.
O tempo foi passando, e eu apercebi-me que também começava a gostar dele, infringido as duas regras do assassinato por sedução: a primeira, não nos apaixonarmos pelo alvo, a segunda, não deixar que o alvo se apaixone por nós. Mesmo sabendo isto, continuei a estar com ele e a ser feliz ao lado dele. Estava decidida a abandonar esta vida. Só que os meus segredos atormentavam-me e não podia dizer-lhe que era uma assassina a soldo contratada para matá-lo. A ele, que me fazia feliz. Ele percebia que eu ficava angustiada muitas vezes, mas nunca soube a razão de tal. Quando via que eu estava assim, confortava-me. Eu ficava pior, pois sabia que não podia fazer aquilo. Decidi tentar nunca pensar mais no caso, e por uns tempos, consegui.
Até que um dia, eles voltaram. Disseram-me que se eu não o matasse em vinte e quatro horas, matavam-me e a ele. Já sabiam do nosso relacionamento e por isso mesmo me pressionaram ainda mais. E eu cedi. Telefonei-lhe, disse-lhe que precisava de estar com ele. Convidou-me para a sua casa. Quando lá cheguei, cumprimentou-me com um beijo terno e carinhoso. Era bastante mais difícil do que eu pensava, mas tinha que o fazer. Disse-lhe que amava-o como nunca tinha amado ninguém na minha vida, e pedi-lhe perdão. Depois alvejei-o no coração e na cabeça. À queima-roupa, sem piedade.
Agora, ele jaz aos meus pés, esvaindo-se em sangue. Tinha morto o homem que amava e que me tinha amado como nunca ninguém o tinha feito. E, estranhamente, não consegui sentir arrependimento. Agora que ele está morto, sinto que posso seguir a minha vida em frente, pois ele está fora da equação e as pessoas que já não fazem parte da minha vida, por elas só consigo sentir desprezo.
RCA
1 Comments:
Só me faz lembrar de um livro:
"Loba Solitaria: Missão Eldorado"
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